Entenda o que é BIM e a sua importância para a arquitetura

O BIM – Building Information Modeling
ou Modelagem da Informação da Construção
“é um processo criado para gerenciar informações
em um projeto de construção em todo seu ciclo de vida.

Um dos principais resultados desse processo é o Modelo de informações de construção, que se configura na descrição digital de cada aspecto do ativo construído”. (Governo Federal, 2021).

Ficou interessado no assunto e quer saber mais?
Então continua com a gente nesse artigo que vamos falar sobre:

• Os benefícios na utilização do BIM
• A interoperabilidade no processo de produção de projeto
• As dimensões do BIM
• Ciclo de Vida da edificação
• Desafios para implantação do BIM

Os benefícios na utilização do BIM

Fonte: www.utilizandobim.com

Fonte: www.qualificad.com.br

O BIM é um processo que começa com a criação de um modelo 2D e 3D inteligente que será usado para otimizar o projeto e a sua documentação, além de melhorar a coordenação, a simulação e a visualização de todas as etapas.

O BIM pode ajudar donos de empresas e provedores de serviços a aprimorar o modo como as edificações e a infraestrutura são planejadas, projetadas, construídas e gerenciadas. (KENSENK E NOBLE, 2014).

Essa inteligência se deve a parametrização do modelo produzido, isto é, no BIM uma parede de alvenaria não são apenas linhas que definindo espessuras ou delimitando espaços, mas sim um objeto que contém informações sobre o bloco a ser utilizado, suas dimensões (LxAxP), suas camadas de regularização (chapisco, emboço e reboco) e seu acabamento (pintura, revestimento cerâmico, textura etc.)

Desta forma, é possível extrair do modelo os quantitativos de materiais, associados a custos que facilitarão na fase de orçamentação.

Neste contexto, é de grande importância que a inclusão de mecanismos naturais nas edificações, que mitiguem os efeitos negativos nos centros urbanos, seja uma preocupação a ser contemplada pelas ações públicas diversas, incluindo normas e incentivos de ação abrangente.

• Visualização em 3D do que está sendo projetado;
• Extração automática de quantidades;
• Simulação da obra em um ambiente virtual;
• Geração de documentos confiáveis;
• Identificação de interferências.

E todos esses benefícios ganham ainda mais relevância quando tratamos do maior destaque nesse processo que é a interoperabilidade, assunto que trataremos no próximo tópico.

A interoperabilidade no processo de produção de projeto

Fonte: CBIC

O BIM é um processo de produção de projetos tão completo que engloba desde a concepção do projeto, passando pelo seu detalhamento, execução e manutenção. Porém, o fator de maior destaque dessa plataforma é a sua interoperabilidade.

Essa interoperabilidade é definida como sendo a habilidade de dois ou mais sistemas em trocar informações e utilizá-las, permitindo assim, que vários projetistas contribuam para a realização de um único trabalho de forma compartilhada, ou seja, cada disciplina (estrutural, hidráulica, elétrica, arquitetônica etc.) realiza seu projeto de forma independente, mas sob um modelo único, alterando assim o fluxo tradicional do trabalho, como pode ser visto nas figuras a seguir:

Essa forma de trabalho é determinante para a redução de inconformidades e incompatibilidades entre as diferentes disciplinas envolvidas, maior assertividade nas soluções escolhidas e redução significativa no custo final da obra uma vez que minimiza sensivelmente a quantidade de retrabalho durante sua execução.

Agora você deve estar curioso para saber sobre todos os níveis de informação que o BIM proporciona, então continue com a gente nesse artigo.

As dimensões do BIM

Fonte: www.sienge.com

O BIM trabalha em diversos níveis de informação, conhecidos como dimensões que variam do 2D ao nD (varia de acordo com o autor). Essas dimensões estão relacionadas com as fases do Ciclo de Vida da edificação, assunto que também trataremos nesse artigo.

Cada uma das dimensões determina um grau de complexidade no modelo a ser desenvolvido e é de fundamental importância que, antes do início de qualquer projeto em BIM, esteja claro até onde se quer ir. Atualmente, segundo Luciano Hamed (2015), pode-se citar as 7 principais dimensões como:

• 3D Modelagem Paramétrica:
  essa dimensão trata do desenvolvimento do modelo volumétrico (oriundo da produção do projeto) e da atribuição de informações aos seus componentes.

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• 4D Planejamento:
  nessa dimensão o modelo produzido servirá para visualização do faseamento de sua execução em obra. Com isso é possível identificar sua evolução tanto física quanto financeira ao longo de um período.

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• 5D Orçamentação:
  usado para a composição de orçamento e análise de custos. Sua utilização resultará em uma maior precisão e previsibilidade de orçamentos, mudanças de escopo do projeto e os materiais, equipamentos ou mudanças de mão de obra.

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• 6D Sustentabilidade:
  trata-se da avaliação de desempenho do projeto. Nesta dimensão é possível extrair do modelo estimativas de consumo de energia, acústica e luminotécnico mais completas e precisas.

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• 7D Gestão e Manutenção:
  refere-se diretamente ao uso do empreendimento e sua manutenção predial.

Ciclo de Vida da edificação

Agora vamos tratar do Ciclo de Vida da edificação que está diretamente relacionado com as dimensões do BIM, tratadas no tópico anterior e que consiste nas fases que vão desde a concepção do edifício até seu descomissionamento (demolição).

São elas:

PRÉ-OBRA:

• Concepção
• Conceituação
• Verificação de viabilidade
• Viabilidade estratégica
• Viabilidade legal
• Viabilidade social
• Viabilidade tecnológica
• Viabilidade financeira
• Viabilidade de marketing
• Projeto
• Licitação e contratação

OBRA:

• Construção

PÓS-OBRA:

• Comissionamento
• Uso e operação
• Manutenção
• Descomissionamento

Fonte: www.plasmaengenharia.com

Dentro do processo de produção de projetos em BIM, um dos grandes diferenciais é o uso do modelo durante toda a vida útil da edificação, sendo fundamental inclusive para reformas e até mesmo uma possível demolição.

Desafios para implantação do BIM

Apesar dos benefícios comprovados do uso do BIM e dos benefícios para o setor AEC (arquitetura, engenharia, construção), sua complexidade não pode ser negligenciada.

Existem algumas preocupações quanto à mudança dos métodos de trabalho tradicionais para novas abordagens da metodologia BIM. A conscientização antecipada de possíveis dificuldades (obstáculos em nível pessoal, técnico, tecnológico, financeiro etc.) ajudará as equipes a revisar soluções e criar um plano de implementação mais consistente (Lino, 2016).

Com base em críticas e opiniões de investigadores e profissionais relacionados com a indústria AECO, são apresentados alguns motivos que podem formar barreiras à implementação do BIM:

PÓS-OBRA:

• Receio da implementação de uma nova metodologia não atender às expectativas;
• Alto investimento inicial, acompanhado pelo tempo necessário para treinar os colaboradores;
• A falta de informação relacionada com a implementação do BIM, como normas e regulamentos;
• A falta de regras contratuais específicas;
• As limitações técnicas associadas, sobretudo, à interoperabilidade;
• A fala de profissionais devidamente formados para operar softwares BIM.

Independentemente dos desafios existentes nesta mudança o fato é que o BIM veio para ficar e sua utilização tende a ganhar cada vez mais força. As empresas do setor de projetos e construções precisam se adequar para poder oferecer aos seus clientes essa ferramenta tão importante.

A elaboração de projetos para execução de obra também está no universo de serviços da Forma Arquitetura Legal.

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